domingo, 13 de junho de 2010

ÁGORA - UM FILME ÉPICO

Uma história com séculos de idade, filmado em pleno Egipto com detalhes autênticos e um elenco de diversas nacionalidades,
Ágora prima pela precisão, pelo entretenimento que oferece e carácter educacional que assume. Infelizmente, por não se tratar de um filme que aborde aspectos mais comerciais, talvez não venha a ter o retorno merecido, face a um orçamento dispendioso.

Na primeira parte do filme conhecemos Hypatia como professora, a ensinar matemática e astronomia aos seus discípulos e a tentar solucionar o enigma das órbitas planetárias em torno do Sol. Famosa por guiar a sua vida pelas Ciências e não seguir cegamente uma religião, normalmente não fazia distinções entre os seus alunos, quer fossem Cristãos ou Pagãos, embora, em situações de maior pressão, revelasse algum desdém pelos escravos. Ao não revelar diferenças entre as duas religiões, originou uma situação de um triângulo amoroso, entre o seu escravo Davus e Orestes. No entanto, este aspecto não seria bem explorado, uma vez que a acção principal centra-se no confronto entre as duas principais religiões da região. Na segunda parte do filme, verifica-se novo confronto entre ideiais religiosos, visto que grande parte dos Pagãos se converteram ao Cristianismo, os Cristãos focaram as suas atenções nos Judeus, uma religião emergente.

Ágora viveu para as expectativas de um filme épico, muito simples, muitos bons pormenores na sua filmagem, perfeito equilíbrio entre a história e a dramatização, onde o elenco esteve soberbo, onde a sua passagem de escravo a soldado Cristão é uma das imagens que será certamente recordada. Amenábar correu um risco deste filme poder ficar um manifesto anti – Cristianismo, com diversas cenas de violência, o que não foi um caso, embora possamos considerar um manifesto contra o extremismo. A única crítica que se aponta deve-se ao facto de ter ficado por explorar de forma mais profunda o triângulo amoroso entre Hypatia e dois dos seus discípulos. Não seria o aspecto mais dominante num filme de forte componente histórica, religiosa e científica, no entanto, uma boa longa metragem não deve ter pontas soltas.

Num filme com grande componente histórica e científica, à qual a figura de Hypatia tem obrigatoriamente de vir associada, existe o perigo de não corresponder à exigência de um público que prefira produções mais actuais e comerciais. Será Ágora muito avançado para o seu tempo? Talvez! No entanto, o seu carácter épico, seja de que forma for, deixará uma importante marca em todos os espectadores.

segunda-feira, 7 de junho de 2010


Trem das Onze

Andoniran Barbosa

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.

Só pra descontrair. ;]